Breve histórico:

A linha ferroviária ligando Santos até Juquiá (SP), posteriormente estendida até Cajati (SP), começou através de uma concessão dada aos Ingleses em 1908, onde o objetivo era a implantação de um ramal ferroviário que facilitasse o acesso e escoamento de produtos entre o Porto de Santos e as cidades do litoral sul e do vale do ribeira, partindo do estuário do cais do porto e seguindo até a denominada Vila de Santo Antônio do Juquiá, sendo então constituída a empresa Southern São Paulo Railway, que iniciou os trabalhos de implantação da linha em 1910, sendo seu primeiro trajeto entregue em 1914.
De 1914 a 1927, seguiu como concessão e operação dos Ingleses, sendo que em 1927 esse ramal ferroviário, iria se integrar a partir da cidade de São Vicente com o novo acesso ao Porto de Santos, vindo do interior paulista, de Sorocaba, passando por  Mairinque, Embu Guaçu, e chegando a São Vicente na Estação do Samaritá, e desta seguindo ao Porto de Santos, razão a qual a ferrovia de Santos a Juquiá foi então adquirida pela Estrada de Ferro Sorocabana, que inaugurava a Linha de Marinque a Santos, pondo fim ao monopólio de acesso ferroviário ao Porto de Santos que até então era exclusividade de São Paulo Railway (Estrada de Ferro Santos a Jundiaí)(1867-1946), sendo esse feito um incentivo nacionalista do então presidente Getúlio Vargas, que em 1938 também irá inaugurar a nova Estação de Santos, da Sorocabana.


A ferrovia segue como Estrada de Ferro Sorocabana de 1927 até 1971, quando ocorre o processo de unificação das ferrovias que pertenciam ao governo paulista, que em 1971 cria a Ferrovia Paulista Sociedade Anônima, a FEPASA, onde o trecho de Santos até Juquiá, passa a ser denominada como Unidade Regional 7 – UR7 com sede em Santos.
As áreas de oficinas, manutenção e administração ocupavam todo o quarteirão entre as avenidas Ana Costa e General Francisco Glicério e rua Pedro Américo. Além dessa área também foi estabelecido na Vila Samaritá em São Vicente, um Posto de Revisão de Vagões (PRV).



Em 1981, a FEPASA estende o ramal até a cidade de Cajati, passando então por mais dois municípios Jacupiranga e Registro, sendo que neste trecho só atendia a trens de carga, em especial minérios, cimento e fertilizantes, o serviço de trens de passageiros segue tendo seu terminal em Juquiá.



Ao longo da administração da FEPASA, os trens de passageiros sofrem períodos de descontinuidades, com interrupções nos serviços, e retorno, e com reduções de horários e trens, sendo o último a ser desativado em 1997. Sendo que a Estação de Santos e o trecho até o Samaritá (São Vicente) ainda ficou ativo até 1999 para o Trem Intra Metropolitano (TIM) e até 2001 com alguns exporadicos cargueiros, que vez ou outra utilizavam com trens menores a linha para chegar ao Estuário em Santos.

Atualmente a linha no trecho entre a ponte dos Barreiros e o Samaritá, e de Samaritá até Cajati, se encontram abandonados e fora de operação, mesmo fazendo parte da concessão ferroviária dada pelo governo federal.
Em 2014, parte do antigo leito ferroviário no trecho de Estuário (Porto) em Santos até o Barreiros em São Vicente, passará por remodelação para a implantação de um sistema de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) que atualmente já opera entre os terminais Porto (Santos) e Barreiros (São Vicente).

Prof. André Galdino
Pesquisador em Memória e Tecnologia Ferroviária

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